Astrologia e Amor


Perfis dos signos do zodiaco

ARIES

As pessoas que escolhem o tempo de Áries para nascer, sabem, desde o momento da concepção, que a vida recomeça a cada novo dia. Para eles, tudo na vida tem jeito de estréia. Tudo depende de se ter ou não coragem para entrar no palco e fazer um grande show, sem que ninguém perceba aquele terrível frio na barriga. Se não for assim, se não rolar uma certa adrenalina, eles se aborrecem e vão cantar em outro lugar…
Regido por Marte, deus da guerra, o signo de Áries está essencialmente ligado á idéia do impulso inicial. Ao nascimento, aos primeiros passos, à primeira semente que brota.
Em função disso, espera-se que todos os arianos sejam imaturos, corajosos, impulsivos, às vezes até agressivos, verdadeiros guerreiros, sempre prontos a conquistar pela força os objetos do seu desejo. Em alguns momentos isso pode até ser verdade…
O que realmente é comum a todos os arianos é a consciência dos próprios desejos e a sensação de que eles precisam ser atendidos imediatamente. Por causa disso, algumas vezes eles não vêem os desejos dos outros.
Arianos são auto-motivados. Só eles mesmos podem se colocar em movimento. Assim , o ariano lucra muito quando passa por um processo de auto conhecimento.
Por terem vindo ao mundo na primeira fase do ano agrícola, numa época em que os homens tomavam para si a tarefa de pôr a natureza em movimento, os arianos consideram naturais as situações em que o homem é desafiado a transformar as coisas e a criar uma nova ordem.
Nada mais ariano do que a letra de Geraldo Vandré que se transformou num hino da juventude guerreira do final dos anos sessenta: “Quem sabe faz a hora não espera acontecer…
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TOURO
Quem nasce no tempo de touro, tem olhos sensíveis à beleza do mundo manifestado e um coração perturbado pela consciência de que ele é passageiro. É sempre a nossa parte taurina que nos faz pensar sobre a permanência e a impermanência das coisas. Não é por acaso que o ser humano que melhor falou sobre isso nasceu nesse tempo. Diz a tradição, que Gautama, o Buda, nasceu, morreu e se iluminou numa Lua Cheia de Touro.
A Lua Cheia de Touro é o acontecimento astrológico mais importante do ano. Dizem que quando ela acontece, o portal que liga o mundo manifestado ao não manifestado fica aberto. É a recordação dessa visão que está sempre interferindo na maneira como os taurinos se relacionam com o mundo e com as outras pessoas.
Regidos por Vênus, a deusa do amor, da beleza e da imaginação, eles procuram por ela em todas as coisas e em todos os relacionamentos. Quando não criam beleza, precisam estar cercados por ela. Em troca, a deusa faz com que eles nasçam bonitos ou, pelo menos, muito charmosos.
Para os taurinos, a palavra chave é auto-estima. Logo eles, que se preocupam tanto com o valor das coisas, às vezes não conseguem perceber o valor do próprio talento. Quando isso acontece, o mundo perde um artista e ganha um ser humano angustiado, que passa a vida acumulando coisas para compensar a sensação de que está faltando algo.
Sob a influência da Vênus da terra, eles são guiados pelos cinco sentidos. E porque amam as sensações, são os primeiros a perceber que, todas elas, quando se estabilizam, desaparecem.
Muitas vezes os taurinos são acusados de serem pão-duros, teimosos e possessivos, mas tudo isso muda de figura se a gente compreender que eles são os únicos que já nascem sabendo que a beleza é efêmera e merece ser contemplada.
 

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GÊMEOS

O tempo de Gêmeos é o tempo dos significados. Um tempo mágico em que o homem descobre as palavras e aprende com elas que algumas coisas podem ser símbolos de outras. Nesse mundo cheio de múltiplas possibilidades, só não se perde quem sabe perguntar e quem tem a coragem de dar nome às coisas.
As pessoas que nascem quando o Sol atravessa o signo de Gêmeos, já têm perguntas e dúvidas inerentes. Para elas, o mundo é parecido com o país das maravilhas. Tudo depende de saber compreender os sinais e achar as chaves certas.
Para fazer isso, elas precisam se comunicar. Com palavras, com gestos, com cores ou com música. A forma não interessa. O que interessa é a sensação indispensável de compreender e ser compreendido.
Regidos por Mercúrio, o ágil mensageiro do Olimpo, os geminianos têm necessidade de estar física, mental ou verbalmente ativos o tempo todo. Por isso, muitos deles parecem nervosos ou inquietos.
Frequentemente os geminianos são acusados dos pecados da dispersão e da superficialidade. O que acontece é que eles realmente se interessam por muitas coisas e às vezes não tem tempo suficiente para se aprofundar em nenhuma delas.
Por terem um olhar atilado, que registra com a rapidez de um raio todas as alternativas possíveis para uma determinada situação ou para um determinado caminho, vivem se atrapalhando com as encruzilhadas.
Não é a toa que os gregos, quando iam viajar, punham pedras nas encruzilhadas para que Hermes (o nome grego de Mercúrio) abrisse os caminhos. Eles sabiam que um caminho só se abre quando a gente se decide verdadeiramente por ele.

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CÂNCER

Poucas pessoas compreendem o mistério do símbolo de Câncer, o caranguejo. Um animal que sobrevive graças à casca dura e áspera, protegendo um corpo tão macio e delicado, que não resistiria ao simples contato com a água ou areia. A palavra chave para se penetrar no mundo fechado dos cancerianos é a vulnerabilidade. Regidos pela Lua, eles sabem mais do que os outros sobre a necessidade de proteção, que é comum a todos os homens.
Na época de Câncer, o tempo é marcado pelo ir e vir das marés. É por isso que as pessoas que nascem neste signo têm tanta consciência da passagem do tempo e são tão profundamente afetadas pelo que ele faz com os sentimentos.
Não que elas sejam diferentes das outras. Para todos nós, os sentimentos são como as sensações, que só são percebidas quando se alteram, e não são os mesmos o tempo todo. Já os cancerianos prestam muita atenção nisso e muitas vezes acham que, por não ser mais exatamente o mesmo, o sentimento está prestes a acabar. Isso explica o fato deles “imitarem” os caranguejos, tentando andar para trás, vendo se conseguem trazer de volta os sentimentos que já passaram. Por isso a importância enorme que dão á alimentação, uma das mais primitivas formas de demonstrar o amor.
Para os nativos deste signo a família é muito importante. Tanto para o bem como para o mal. Um dos maiores desafios deles é se livrar das expectativas da família e construir estruturas emocionais independentes.
Muitos procuram ocupações em que possam atender às necessidades dos outros. Os filhos da Lua adoram se sentir necessários. Outros preferem viver no mundo da imaginação e escolhem o caminho da criatividade. Cancerianos dão excelentes escritores..
A única coisa que pode atraí-los para fora da casca é a possibilidade de serem compreendidos e amados por muita gente
 
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LEÃO

Com o sol em Leão, toda a energia da natureza está direcionada para a tarefa de dar frutos, mostrando que é capaz de repetir o ato mais nobre de Deus: criar um outro ser à sua imagem e semelhança. É por isso que as crianças que nascem sob este aspecto, sentem-se comprometidas com o desafio da criação.
Para os leoninos, tudo na vida é um teste. Desde a infância, os nativos de Leão encaram o difícil desafio de exteriorizar o seu mundo interior e serem reconhecidos por isso. Muitos sentem um imenso prazer com essa tarefa e decidem-se por fazer esta exteriorização de forma dramática. Podem até levar esta dramatização adiante, tornando-se grandes atores.
Muitas vezes os leoninos são acusados de individualistas, mas temos que entender que eles precisam mesmo prestar muita atenção no “eu”, pois lá está guardado o preciosíssimo material para a criação.
Poucas pessoas conseguem ficar indiferentes ao espetáculo de um leonino exibindo sua radiação solar para uma grande platéia. A arte parece que nasceu para eles. Só ela pode atender à esta necessidade de estar se concentrado em si mesmo, ao mesmo tempo produzindo uma forte impressão na sociedade.
Mas existe um outro tipo de leonino. O leonino fechado, que não deixa escapar a luz do fogo intenso que o queima por dentro. Que não suporta a possibilidade de se mostrar e não ser aprovado. Às vezes eles parecem mansos e tranquilos, mas não se engane. Em algum momento, ou em alguma área da vida, eles vão achar um jeito de liberar essa imensa energia armazenada
 
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VIRGEM

Existe uma tradição que diz que o ponto do zodíaco onde termina Leão e começa Virgem, traz o símbolo da esfinge, esta criatura mítica que faz perguntas e guarda segredos. Sua grande questão é a de saber em qual atividade cada um pode se considerar um mestre. O segredo dos virginianos é a capacidade de ver as coisas pequenas e o compromisso com a perfeição.
O signo de virgem é um dos mais mal compreendidos do zodíaco. Muitos que se julgam conhecedores da astrologia dizem que virginianos são críticos em demasia, detalhistas, pessoas que passam o dedo nos móveis para checar se tem poeira. Os mais esclarecidos sabem que o céu não reservaria um doze avos do seu espaço para esse tipo de bobagem.
Na realidade os virginianos têm uma enorme capacidade de perceber os detalhes. Por causa disso, eles percebem imediatamente, e sem nenhum esforço, que a faxineira colocou o porta-retratos três centímetros mais à direita do que estava antes. O interessante é que eles pensam assim: só conseguem compreender alguma coisa depois de uma análise minuciosa. E analisar quer dizer dividir em pequenas partes. Essa maneira de ver o mundo muitas vezes faz deles excelentes pesquisadores ou matemáticos brilhantes.
Quando crianças, costumam estripar os brinquedos para ver como funcionam. Não há nada de destruidor nisso, eles estão apenas ensaiando a fantástica habilidade para montar, desmontar e concertar as coisas. Para os virginianos, o mundo é um enorme quebra-cabeças, onde todas as peças precisam estar no lugar certo. É essencial sentirem-se confortáveis e bem encaixados nesse conjunto, de serem úteis, ou até mesmo indispensáveis.
Porque pertencem a um signo de terra, só valorizam as coisas que possam dar um resultado concreto. São considerados o São Tomé do zodíaco, acreditando apenas no que podem pegar. Até mesmo o amor precisa ser expresso em serviços. Não adianta dizer a um virginiano que você gosta dele. Ele vai querer saber o que você é capaz de fazer por ele

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LIBRA

Os librianos compartilham da visão de um dos mais importantes filósofos da história: Platão. Ele dizia que o fragmento que vemos do mundo é apenas um pálido reflexo de uma outra realidade, de formas perfeitas, que existe num outro plano: o mundo das idéias. Como vivem num mundo imperfeito, parecem sempre um pouquinho deprimidos . Na verdade estão decepcionados.
Os nativos de Libra são completamente fascinados por espelhos. Ninguém vê a si mesmo diretamente. O homem só conhece a própria imagem através de reflexos, que podem estar num lago, numa vitrine ou, no mais extraordinário de todos os espelhos: os olhos de uma outra pessoa. Essa visão, ou melhor, o tipo de informação que vem daí, acompanha os librianos em todos os momentos da vida. Por isso eles se preocupam tanto com o que os outros vão pensar e sabem o tempo todo qual é o efeito que causam. Daí a fama de vaidosos e a necessidade de serem aceitos.
A capacidade de saber ler os olhos dos outros é, em diversos momentos, um grande percalço mas quando bem usada, faz dos librianos os melhores diplomatas e os amigos ou companheiros mais gentis de todo zodíaco.
Como Libra é o domicílio de Vênus, a deusa do amor e da beleza, e o exílio de Marte, o deus da guerra, os nativos deste signo já nascem pacifistas.
Ninguém encarnou tão perfeitamente o ideal libriano como Mahatma Ghandi, que nasceu no dia 2 de outubro de 1869, e dedicou toda a sua vida a mostrar na prática que é possível ganhar uma guerra com uma proposta de paz

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ESCORPIÃO

Os nativos de Escorpião recebem do céu um dom que, se não for bem compreendido e usado, pode ser fonte de muita perturbação: a capacidade de perceber a tensão e a necessidade de mudança das circunstâncias. Ao contrário de Touro, que se encanta e se apaixona pela forma, Escorpião é atraído pelo mundo misterioso que existe por trás das aparências.
Sempre associado à morte, à violência, ao ciúme e à sexualidade exagerada, Escorpião é talvez o mais mal falado de todos os signos. É possível que a má fama tenha vindo do fato de que, para os povos que criaram a astrologia, essa época do ano correspondia ao outono, o tempo em que a natureza ensina aos homens que morrer é natural. Mais do que natural, é necessário.
Por sua oposição ao signo de Touro, que simboliza a primavera, Escorpião sabe que mesmo as coisas mais perfeitas e belas não serão eternas. E pressente o que elas vão ser depois. Touro se encanta com a beleza das flores. Escorpião é apaixonado pelas sementes que mostrarão sua força depois da morte da flor.
Quem nasce com o sol em Escorpião, vê o mundo e as outras pessoas com olhos de raio -x o que, em alguns momentos, pode ser um problema. Como imaginam que todo mundo pode ver o que eles vêem, tendem a ser muito fechados e a criar uma verdadeira barreira em torno dos seus sentimentos, que são sempre muito intensos. Eles estão sempre “morrendo” de amor, “morrendo” de saudade, “morrendo” de rir, “morrendo” de raiva.
Mas quando a imensa energia desse signo misterioso encontra uma saída construtiva, é que podemos avaliar a força de um Escorpião. Uma força como aquela que impulsionou o sociólogo Betinho a, mesmo debilitado, lutar contra a fome e a miséria, unindo todo o país em torno de uma causa

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SAGITÁRIO

O Sol em Sagitário causa uma necessidade de alegria e movimento aos nativos deste signo. Os sagitarianos recebem de Júpiter um grande presente: o dom da fé. Disso decorre a capacidade que ele têm de acreditar nos próprios sonhos e a coragem para enfrentar o desafio do desconhecido.
Quem nasceu nessa época do ano tem dentro de si a chama sagrada que iluminou grandes filósofos e impulsionou aventureiros. Por isso que da Espanha, país regido por Sagitário, partiram os grandes navegantes.
Protegidos por Júpiter, pai de todos os deuses, os sagitarianos, mesmo sem querer, têm uma certa “pose”, um jeitão de que já nasceram sabendo de tudo. Quando recheiam essa pose com o verdadeiro conhecimento, se transformam em grandes professores, em líderes com a força de um Churchil, que conseguiu manter alta a moral da Inglaterra arrasada pelas bombas alemãs.
Os Sagitarianos tem um compromisso com a felicidade e alegria de viver. Amam os espaços abertos, os esportes, o sucesso. O problema deles é sempre um só: o exagero. Esperam muito da vida e, às vezes, se aborrecem com coisas que parecem ótimas para a maioria dos mortais. O que eles realmente têm dificuldade é em lidar com as frustrações. O dom de Júpiter é a ilusão da onipotência e os sagitarianos se assustam e se irritam quando dão de cara com os próprios limites
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CAPRICÓRNIO

A palavra chave para entender Capricórnio é hierarquia. Em qualquer época ou em qualquer situação, eles sempre percebem com clareza quem é o melhor, quem é o mais forte, quem é o mais esperto. E o mais importante de tudo: quem é que manda em quem. É claro que quando são muito pequenos, se sentem em desvantagem. E passam o resto da vida tentando compensar esse sentimento…
Porque nascem durante um período em que os homens estão em guerra com a natureza, os capricornianos têm a impressão que o natural é um mundo que não acolhe, não acarinha. Ao contrário, ameaça e traz desconforto. Desafia. No tempo de muito frio ou muito calor, só sobrevive quem é forte, quem é resistente, quem tem coragem para enfrentar a natureza e transformá-la num local apropriado para a vida humana. Aliás, apropriado é pouco – para eles só serve o que é muito bom. Todo capricorniano tem um compromisso com a excelência. Isso não significa que todos estão destinados à vitória e ao sucesso, apenas que precisam disso para serem realmente felizes.
Regidos por Saturno, o deus do tempo, os capricornianos têm muita necessidade de serem respeitados e levados a sério. Como dificilmente as pessoas levam as opiniões de uma criança a sério, eles se sentem muito desconfortáveis na infância.
Para os capricornianos, o tempo sempre conta a favor. Eles são muito mais adequados para o mundo cheio de exigências e responsabilidades dos adultos do que para a vida alegre e despreocupada das crianças
 

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AQUARIO

As pessoas que nascem nessa época do ano vão ter que integrar às suas vidas a contradição interna que marca o destino dos aquarianos. Ricos ou pobres, bonitos ou feios, inteligentes ou burros, todos guardarão dentro de si uma centelha de rebeldia, uma curiosidade universal e um fascínio pela passagem do tempo.
Aquário é regido por dois planetas que, em primeira instância, parecem antagônicos. É o espaço do céu que Saturno, o deus do tempo e dos limites, tem que dividir com Urano, o senhor do caos e da liberdade. Desse encontro de gigantes podem nascer pessoas diferentes, até mesmo opostas.
Se a força maior é de Urano, aparecem os revolucionários, os subversivos, com tendência a recriar o novo. Como Mao Tse Tung em relação à China, como Cristian Dior no que diz respeito à alta costura, como Mozart e a música, ou James Joyce com a literatura. Querendo ou não, os aquarianos desse tipo têm um encontro marcado com uma revolução. Se não estiverem ao lado dela, serão vítimas dela, como Luiz XVI, o rei que acabou na guilhotina.
Quando o peso maior é para Saturno, aparecem os aquarianos dedicados a conservar e reorganizar tudo o que o tempo traz. Colecionadores, historiados, cientistas, ou ditadores. A psique dos que nascem neste signo oscila entre a contestação e a ditadura.
Mas todos têm uma coisa em comum: a necessidade de fazer parte de um grupo,mas participar dele como uma pessoa independente.
Por causa da influência de Saturno, os nativos deste signo sabem que, sob um determinado ponto de vista, todos os homens são iguais mas, por causa de Urano, têm a consciência de que nunca haverá dois homens iguais sobre a Terra.
O destino dos aquarianos é passar de Saturno a Urano. É sair do passado rumo ao futuro, sem se deter ao presente. Para eles, o presente não existe
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PEIXES

Para muitas pessoas, a maneira de ser e de agir dos piscianos parece estranha e incompreensível. Muitas vezes eles dão a impressão de estarem andando sem rumo e sem atenção ao lado prático das coisas. Mas, num contato mais profundo, percebemos que não é nada disso. O que acontece é que eles estão ligados num tipo de realidade que a maioria das pessoas não vê.
O signo de Peixes é regido por Netuno, o senhor da inspiração e da sensibilidade. Esse planeta especial governa tudo o que afasta do real, do material e presenteia seus filhos com uma imaginação fabulosa e um dom de compreender o que os outros sentem, sem precisar de palavras. Quando essa sensibilidade é bem canalizada, gera pessoas encantadoras, artistas de talento e curadores maravilhosos.
Como são permeáveis ao mundo emocional das pessoas que o cercam, os piscianos demoram para separar essas impressões dos seus verdadeiros sentimentos. Eles estão sempre sendo invadidos por sentimentos que não são deles.
Quando esta sensibilidade não encontra uma saída, acaba aparecendo como confusão e instabilidade, se expressando num vago e constante sentimento de culpa e em depressões ou medos sem razão aparente. O desejo de escapar dos limites do mundo material e experimentar outras dimensões da realidade pode levar a uma dificuldade de se adaptar ao real.
O planeta da inspiração é também o planeta das drogas e dos vícios. A capacidade de “sentir o sentimento do mundo” pode atrapalhar a definição clara da identidade e o pisciano corre o risco de se afogar na própria sensibilidade. De se apegar ao primeiro guru que prometer um porto seguro.
Mas, no meio do que parece uma confusão, existe sempre alguma coisa nova querendo brotar através do indivíduo. Pode ser uma invenção, uma nova forma de arte, uma nova perspectiva da profissão. A dificuldade é cumprir o destino pisciano de dar forma ao que não tem forma e ser um canal para as coisas novas, sem se preocupar nem um pouquinho com o prestígio que pode vir daí.
Os piscianos possuem um tipo de consciência muito pouco entendida no cotidiano. Mesmo sem saber disto, eles precisam funcionar através de um espírito coletivo de vastas e mal definidas proporções.
A tarefa na vida dos nativos deste signo é de estarem totalmente comprometidos em desenvolver este aspecto do self, não para seu próprio proveito ou reconhecimento, mas como um embaixador de conceitos humanitários. Alguma coisa de novo parece querer brotar através do indivíduo, como uma invenção, uma nova forma de arte, uma nova perspectiva na profissão. A dificuldade é encontrar essa nova coisa sem a mínima preocupação com o prestígio que pode vir daí. Alguns são fascinados pela fama e pelo glamour, realizadores de sonhos, génios ou um visionários



Signos do Zodiaco

Os signos são doze sinais no céu. Você tem os doze signos em seu mapa astrológico, independente do dia em que você nasceu. Cada um deles fornece um conceito para a sua vida prática (simbolizados pelas casas) e para os planos da sua psique, representados pelos planetas. Confira o significado dos signos e entenda o recado que cada um deles envia para a sua vida.

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Áries:
Aventura e agilidade.
Casa natural: casa I
Elemento: fogo
Regente: Marte

Áries é o primeiro impulso na qual a sua alma se alimenta para seguir e percorrer a estrada da vida. Signo do elemento Fogo, representa o heroísmo, a aventura e a coragem que você precisa ter para abastecer o seu carro e dar a largada para a vitória.

Sabe por que as pessoas que nasceram entre este período se dizem “arianas”? Porque durante esta época do ano, o Sol está passando pelo signo de Áries no céu. Quando você diz “sou ariano”, está dizendo, com outras palavras, que tem o Sol no signo de Áries. Mas mesmo aqueles que não nasceram entre estes dias, têm Áries e todos os outros signos em seu mapa astrológico.

O período que o sol passa por Áries acontece aproximadamente entre os dias 21 de março a 20 de abril, mas se você nasceu nos dias de transição entre os signos (ou de Peixes para Áries ou de Áries para Touro) é bom que calcule o seu mapa e verifique em que signo o Sol realmente está, ele pode ser diferente do que você sempre pensou.

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Touro:
Produção e travessia.
Casa natural:casa II
Elemento: terra
Regente: Vênus 

Touro lhe dá a possibilidade de compreender o quanto de determinação, paciência e perseverança são necessárias para que você percorra os seus caminhos.

S
abe por que as pessoas que nasceram entre este período se dizem “taurinas”? Porque durante esta época do ano, o Sol está passando pelo signo de Touro no céu. Quando você diz “sou taurino”, está dizendo, com outras palavras, que tem o Sol no signo de Touro. Mas mesmo aqueles que não nasceram entre estes dias, têm Touro e todos os outros signos em seu mapa astrológico.

O período que o sol passa por Touro acontece aproximadamente entre os dias 21 de abril a 20 de maio, mas se você nasceu nos dias de transição entre os signos (ou de Áries para Touro ou de Touro para Gêmeos) é bom que calcule o seu mapa e verifique em que signo o Sol realmente está, ele pode ser diferente do que você sempre pensou.

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Gêmeos:
Complementação e amizade.
Casa natural:casa III
Elemento: ar
Regente: Mercúrio

Em Gêmeos, todos os opostos, até mesmo aqueles que convivem dentro de você, dão-se as mãos e complementam-se. O terceiro signo do Zodíaco transmite o conceito da Amizade e mostra o quanto é possível unir o que está dividido no mundo.

Sabe por que as pessoas que nasceram entre este período se dizem “Geminianas”? Porque durante esta época do ano, o Sol está passando pelo signo de Gêmeos no céu. Quando você diz “sou Geminiano”, está dizendo, com outras palavras, que tem o Sol no signo de Gêmeos. Mas mesmo aqueles que não nasceram entre estes dias, têm Gêmeos e todos os outros signos em seu mapa astrológico.

O período que o sol passa por Gêmeos acontece aproximadamente entre os dias 21 de maio a 20 de junho, mas se você nasceu nos dias de transição entre os signos (ou de Touro para Gêmeos ou de Gêmeos para Câncer) é bom que calcule o seu mapa e verifique em que signo o Sol realmente está, ele pode ser diferente do que você sempre pensou.

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Câncer:
Memória e Interiorização.
Casa natural: casa IV
Elemento: água
Regente: Lua 
 
Câncer envia para você o conceito da memória: todos os fragmentos do passado constituem a sua vida, como ela é hoje, e você precisa recolhê-los para compreender a si mesmo. Não basta lembrar do seu próprio passado, mas também recorrer à memória da Humanidade, tão fragmentada e esmagada sob nossos pés apressados.

Sabe por que as pessoas que nasceram entre este período se dizem “cancerianas”? Porque durante esta época do ano, o Sol está passando pelo signo de Câncer no céu. Quando você diz “sou canceriano”, está dizendo, com outras palavras, que tem o Sol no signo de Câncer. Mas mesmo aqueles que não nasceram entre estes dias, têm Câncer e todos os outros signos em seu mapa astrológico.

O período que o sol passa por Câncer acontece aproximadamente entre os dias 21 de junho a 20 de julho, mas se você nasceu nos dias de transição entre os signos (ou de Gêmeos para Câncer ou de Câncer para Leão) é bom que calcule o seu mapa e verifique em que signo o Sol realmente está, ele pode ser diferente do que você sempre pensou.

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Leão:
Valor e centralização.
Casa natural:
 casa V
Elemento: fogo
Regente: Sol 
 
Em Leão, você pode aprender a centralizar suas energias e extrair o verdadeiro brilho que existe nas coisas e dentro de si mesmo.

Sabe por que as pessoas que nasceram entre este período se dizem “leoninas”? Porque durante esta época do ano, o Sol está passando pelo signo de Leão no céu. Quando você diz “sou leonino”, está dizendo, com outras palavras, que tem o Sol no signo de Leão. Mas mesmo aqueles que não nasceram entre estes dias, têm Leão e todos os outros signos em seu mapa astrológico.

O período que o sol passa por Leão acontece aproximadamente entre os dias 21 de julho a 20 de agosto, mas se você nasceu nos dias de transição entre os signos (ou de Câncer para Leão ou de Leão para Virgem) é bom que calcule o seu mapa e verifique em que signo o Sol realmente está, ele pode ser diferente do que você sempre pensou.

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Virgem:
Pureza e simplicidade.
Casa natural: casa VI
Elemento: terra
Regente: Mercúrio. Alguns astrólogos consideram Ceres a regente de Virgem. 
 
A simplicidade que você precisa ter diante da vida é um dos recados que Virgem passa para você. Sem o conceito da Paz e da Pureza, transmitidos pelo sexto signo do Zodíaco, a vida seria impossível aqui na terra.

Sabe por que as pessoas que nasceram entre este período se dizem “virginianas”? Porque durante esta época do ano, o Sol está passando pelo signo de Virgem no céu. Quando você diz “sou virginiano”, está dizendo, com outras palavras, que tem o Sol no signo de Virgem. Mas mesmo aqueles que não nasceram entre estes dias, têm Virgem e todos os outros signos em seu mapa astrológico.

O período que o sol passa por Virgem acontece aproximadamente entre os dias 21 de agosto a 20 de setembro, mas se você nasceu nos dias de transição entre os signos (ou de Leào para Virgem ou de Virgem para Libra) é bom que calcule o seu mapa e verifique em que signo o Sol realmente está, ele pode ser diferente do que você sempre pensou.

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Libra:
Lei e equilibrio.
Casa natural: casa VII
Elemento: ar
Regente: Vênus. Alguns astrólogos consideram Pallas a regente de Libra. 
 
Libra transmite a você os conceitos da proporção e da justiça. A noção e compreensão do equilíbrio, próprias do sétimo signo zodiacal, é fundamental para que as pessoas e o mundo permaneçam caminhando.

Sabe por que as pessoas que nasceram entre este período se dizem “librianas”? Porque durante esta época do ano, o Sol está passando pelo signo de Libra no céu. Quando você diz “sou libriano”, está dizendo, com outras palavras, que tem o Sol no signo de Libra. Mas mesmo aqueles que não nasceram entre estes dias, têm Libra e todos os outros signos em seu mapa astrológico.

O período que o sol passa por Libra acontece aproximadamente entre os dias 21 de setembro a 20 de outubro, mas se você nasceu nos dias de transição entre os signos (ou de Virgem para Libra ou de Libra para Escorpião) é bom que calcule o seu mapa e verifique em que signo o Sol realmente está, ele pode ser diferente do que você sempre pensou.

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Escorpião:
Mistério e transformação.
Casa natural: casa VIII
Elemento: água
Regente: Plutão 
 
Sempre precisamos da “morte” para renascermos diante de uma nova realidade. Escorpião é ir além das aparências, é transformar e regenerar todas as coisas.

Sabe por que as pessoas que nasceram entre este período se dizem “escorpianas”? Porque durante esta época do ano, o Sol está passando pelo signo de Escorpião no céu. Quando você diz “sou escorpiano”, está dizendo, com outras palavras, que tem o Sol no signo de Escorpião. Mas mesmo aqueles que não nasceram entre estes dias, têm Escorpião e todos os outros signos em seu mapa astrológico.

O período que o sol passa por Escorpião acontece aproximadamente entre os dias 21 de outubro a 20 de novembro, mas se você nasceu nos dias de transição entre os signos (ou de Libra para Escorpião ou de Escorpião para Sagitário) é bom que calcule o seu mapa e verifique em que signo o Sol realmente está, ele pode ser diferente do que você sempre pensou.

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Sagitário:
Elevação e transcedência.
Casa natural: casa IX
Elemento: fogo
Regente: Júpiter 
 
Não basta só utilizar a razão, temos que buscar atingir cada vez metas mais elevadas, através da sabedoria. Sagitário é esta transcendência, é elevar-se rumo à Verdade.

Sabe por que as pessoas que nasceram entre este período se dizem “sagitarianas”? Porque durante esta época do ano, o Sol está passando pelo signo de Sagitário no céu. Quando você diz “sou sagitariano”, está dizendo, com outras palavras, que tem o Sol no signo de Sagitário. Mas mesmo aqueles que não nasceram entre estes dias, têm Sagitário e todos os outros signos em seu mapa astrológico.

O período que o sol passa por Sagitário acontece aproximadamente entre os dias 21 de novembro a 20 de dezembro, mas se você nasceu nos dias de transição entre os signos (ou de Escorpião para Sagitário ou de Sagitário para Capricórnio) é bom que calcule o seu mapa e verifique em que signo o Sol realmente está, ele pode ser diferente do que você sempre pensou.

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Capricórnio:
Totalidade e sedimentação.
Casa natural:casa X
Elemento:terra
Regente:Saturno 
 
Capricórnio simboliza o Todo, a Sedimentação, a plenitude e a altura da natureza. Recolher o simbolismo de Capricórnio é perceber o grande potencial que temos de alcançar o topo de nós mesmos.

Sabe por que as pessoas que nasceram entre este período se dizem “capricornianas”? Porque durante esta época do ano, o Sol está passando pelo signo de Capricórnio no céu. Quando você diz “sou capricorniano”, está dizendo, com outras palavras, que tem o Sol no signo de Capricórnio. Mas mesmo aqueles que não nasceram entre estes dias, têm Capricórnio e todos os outros signos em seu mapa astrológico.

O período que o sol passa por Capricónio acontece aproximadamente entre os dias 21 de dezembro a 20 de janeiro, mas se você nasceu nos dias de transição entre os signos (ou de Sagitário para Capricórnio ou de Capricórnio para Aquário) é bom que calcule o seu mapa e verifique em que signo o Sol realmente está.

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Aquário:
Liberdade e fraternidade.
Casa natural: casa XI
Elemento: ar
Regente: Urano 
 
Aquário é o vôo que podemos levantar rumo à Perfeição e ao entendimento de que somos feitos à imagem e semelhança do Princípio e que a ele devemos “imitar”.

Sabe por que as pessoas que nasceram entre este período se dizem “aquarianas”? Porque durante esta época do ano, o Sol está passando pelo signo de Aquário no céu. Quando você diz “sou aquariano”, está dizendo, com outras palavras, que tem o Sol no signo de Aquário. Mas mesmo aqueles que não nasceram entre estes dias, têm Aquário e todos os outros signos em seu mapa astrológico.

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Peixes:
Fé e unificação.
Casa natural: casa XII
Elemento: água
Regente: Netuno 
 
Peixes abre as portas para que possamos contemplar o universo e sentir o quanto somos parte dele. Nele, encontramos a dissolvência e o desapego dos desejos egoístas que causam turbulência em nossos corações. Peixes é Fé, é a certeza no Sagrado, uma fé que supera a dualidade das emoções e, simplesmente, compreende.

Sabe por que as pessoas que nasceram entre este período se dizem “piscianas”? Porque durante esta época do ano, o Sol está passando pelo signo de Peixes no céu. Quando você diz “sou aquariano”, está dizendo, com outras palavras, que tem o Sol no signo de Peixes. Mas mesmo aqueles que não nasceram entre estes dias, têm Peixes e todos os outros signos em seu mapa astrológico.

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História da Astrologia no Ocidente

História da Astrologia no Ocidente

Introdução

Alguns estudiosos(i) imaginam que a história da astrologia tenha se desenvolvido em 3 estágios ou fases, sendo a primeira resultante das anotações dos presságios, ainda sem zodíaco; na segunda fase introduz-se o zodíaco com signos de 30 graus sem que haja nenhum horóscopo individual, mas muita atenção aos trânsitos de Júpiter pelos signos – do qual parece derivar a prática das profecções anuais que mais tarde vai se desenvolver na astrologia – sem casas astrológicas. Waerden assinala este período de 630 a 450 a C; o zodíaco é sideral e seus “ayanamsha”(ii) muito próximos aos de Fagan(iii).

A terceira fase consiste da astrologia horoscópica. As fontes antigas mencionam os “caldeus” que faziam mapas para pessoas e, segundo até Aristóteles, houve um “caldeu” que previu a morte de Sócrates e que o pai de Eurípides, o famoso dramaturgo grego, encomendou a leitura do mapa de seu filho. Nestes mapas de nascimento, as posições correspondem muito mais a um zodíaco sideral que utilizava um ayanamsha como o Fagan/Bradley do que com um zodíaco tropical.

Origens na Mesopotâmia

Para quem trabalha com astrologia no ocidente, a história segue um rumo definido, que começa na Mesopotâmia – há registros de cerca de 15 mil anos a C, em que as fases da Lua já eram anotadas em pedaços de osso e estas parecem ser as mais antigas observações astronômicas que se conhece. A palavra Mesopotâmia é grega e refere-se ao fato de ser uma terra entre dois rios, o Eufrates e o Tigre (‘mesos” significa meio e ‘pótamos’ significa rios).

Os registros mesopotâmicos atestam o que se chama hoje de presságios, como origem da astrologia ocidental. Tal como ocorreu com outras culturas, tratava-se de examinar os céus para ver o que poderia afetar os reinos. A maior parte destes presságios misturavam previsões de tempo e astronomia, mas o que diferenciou os mesopotâmicos de outros povos do Ocidente foi que naquela época eles começaram a gravar de forma sistemática os fenômenos celestes e tentar correlacioná-los com eventos terrestres. Um exemplo do tipo de anotação de presságios do período acádio, veja o seguinte trecho:

“Se Vênus aparecer a Oeste no mês de Airu e os Grandes e Pequenos Gêmeos circundarem-na, todos os quatro, e ela estiver escura, então o rei de Elam cairá doente e não permanecerá vivo”.

O mais extenso documento contendo os presságios babilônios estão no épico chamado Enuma Anu Enlil, condensados por volta do segundo milênio a C.

A civilização mesopotâmica nasceu há cerca de 4 mil anos a C – com o povo ubaida, depois vieram os sumérios, que inventaram a escrita cuneiforme, uma das mais antigas formas de registro escrito, que consiste na confecção de formas de baixo-relevo com cunhas no barro, que depois era cozido.

O traço histórico marcante, que, segundo estudiosos, terá muito impacto na própria constituição da astrologia, como também de outros conhecimentos, é a forte instabilidade política da região, durante milênios. Os acádios conquistaram os sumérios (2330 a C). Em 1350 a C tem início o Império Assírio, que mais tarde irá estender seu controle político e cultural por toda a região da Mesopotâmia, parte da antiga Pérsia, Síria, Palestina e Egito (730 e 650 a C). O segundo império babilônico (612 a C) dura até a tomada da região pelos persas, quando também o Egito fica unificado sob a dominação política persa.

Com a perspectiva sempre presente da perda do poder por parte de lutas regionais, os reis e imperadores mantinham um séquito de observadores do Céu, que informavam em “memorandum” os fenômenos que viam, como sinais de eventos que ocorreriam aos poderosos.

Não havia o “mapa astrológico” tal como o conhecemos hoje em dia. Cosmologia e cosmogonia astral entremeavam-se nos longos épicos da criação, como as Tábuas de Vênus do rei Amizaduga e o Enuma Anu Enlil, cuja forma acabada será conhecida apenas nos últimos séculos anteriores à queda da Babilônia. Os registros falavam de estrelas fixas também e não há relatos sobre casas astrológicas ou aspectos tais como os conhecemos hoje.

Os sumérios inventaram o sistema sexagesimal, que facilitou operações matemáticas muito complicadas com relação à astronomia e este seu sistema numérico foi exportado para toda a antigüidade. Os egípcios adotaram este sistema para fazer ainda melhor suas correlações arquitetônicas e celestiais. Quando o Egito ficou unificado juntamente com a Babilônia, a troca de conhecimentos foi facilitada; durante a dominação persa também, sendo este povo muito devotado à astrologia, o que facilitou o intercâmbio entre Egito e Mesopotâmia. Sabemos que os egípcios construíam obras arquitetônicas alinhadas às estrelas fixas, com precisão de minutos de arco, talvez querendo a simpatia do Céu para com suas propostas de poder e religião, mas não pareciam ter nenhuma teoria planetária envolvida nesta função, nem técnicas matemáticas apropriadas.

Por todos os séculos que se sucederam, os povos que viviam entre o Tigre e o Eufrates continuaram cuidadosamente a registrar suas observações, até que após verificar a recorrência de ciclos planetários, chegaram a calcular com grande grau de acerto as posições dos planetas para o resto do tempo futuro. Registros de eclipses que começavam em 727 a C e que cobriam até o período após as conquistas de Alexandre mostraram-se corretos, segundo todos concordam. Naquele período babilônico, o que se fazia era marcar o Céu de acordo com estrelas, e não através de marcas fixas de um zodíaco de 30 graus; os babilônios usavam estrelas individuais para marcar a posição dos planetas.

A dominação persa

Em setembro de 539 a C, o rei Nabonidus encontra as tropas do rei Ciro II, da Pérsia, perto da atual Bagdá. O império da Babilônia encontra seu fim. Com Ciro, a região encontra uma certa estabilidade. O período de enorme atividade e descoberta, dos astrólogos assírios e babilônios, havia chegado a um limite, também. Após centenas de anos registrando, nos “Diários Astronômicos”, os fenômenos celestes para informação dos reis, os persas, no contato com os astrólogos da Mesopotâmia, introduziriam a matemática no cálculo astronômico e astrológico.

A astrologia e astronomia conhecem um grande avanço, com a regularização dos calendários como conseqüência de um entendimento maior dos ciclos celestes. O período sinódico dos planetas é descoberto, assim como o período sideral. A descoberta destes dois períodos possibilitou a formulação de períodos planetários bem mais amplos no tempo. Os planetas ficam estabilizados em signos zodiacais ao invés de em constelações, como vinha se fazendo até então. Os cálculos matemáticos se provaram eficientes na sofisticação do sistema astrológico. O contato com os Mazdeísmo, religião persa, impulsiona a relação entre o simbolismo solar e astrologia, carregando para dentro do corpus astrológico o conceito de monoteísmo, que contradizia frontalmente o politeísmo assírio-babilônico.

A primeira carta astrológica conhecida da Babilônia data de provavelmente 29 de abril de 410 a C. O registro indica signos zodiacais, mas sem graus. Conta o nascimento de uma pessoa em determinada data e elenca os signos em que a Lua e outros planetas estavam posicionados. Apesar de aparentemente terminar com uma predição, esta parte da tabuleta foi perdida.

A era alexandrina

Quando Alexandre, o Grande conquista o Egito, todo o período alexandrino vai destacar-se na história da astrologia ocidental. Até a chegada de Alexandre, o Grande, a região floresceu em cultura e conhecimentos, acumulados de todos os povos anteriores. A partir de Alexandre (331 a C), toda a área fica sob dominação do império e o grego será a língua dominante. Tanto no Egito quanto na Mesopotâmia, dois generais alexandrinos ficarão responsáveis pelas dinastias subsequentes em cada uma das regiões. Na Mesopotâmia, o general Seleucos instaura a dinastia Seleucida e no Egito o general Ptolomeu I começa a dinastia dos Ptolomeus.

O período alexandrino foi rico na produção intelectual. Todos os povos sob a regra alexandrina tiveram a oportunidade de trocarem conhecimentos e ampliarem sua relação cultural com outras ciências nascentes. (Há muito que os gregos travavam contato com os babilônios; Pitágoras, Platão são alguns dos exemplos). O confronto cultural entre o pensamento helênico, que queria saber o por quê das coisas, e a tradição intelectual assíria, que se importava mais no como as coisas são feitas, alavancou a criação de uma explicação filosófica e matemática sobre o universo, o mundo natural. A filosofia estóica de Zeno, somada à teoria dos 4 elementos de Empédocles e mais tarde à teoria dos Humores de Hipócrates forneceu as bases da astrologia alexandrina. Enquanto os gregos teorizavam e procuravam melhorar a presteza matemática no cálculo de posições planetárias, os estudiosos caldeus calculavam alguns eventos dos ciclos: ascensão e ocaso, movimentos retrógrados, estacionários e oposições.

As cartas astrológicas do período de dominação helênico podem ter como exemplo a mais antiga, encontrada perto da região de Uruk, datando de 4 de abril de 263 a C. Os graus de signo já eram mencionados:

“Ano 48 da Era Seleucida, mês de Adar, a criança nasceu. Neste dia o Sol estava em 13.30o Àries, a lua em 10o Aquário, Júpiter no início de Leão, Vênus com o Sol, Mercúrio com o Sol, Saturno em Câncer, Marte no fim de Câncer..”
(…)
“Ele terá falta de saúde… Seu alimento não será suficiente para sua fome. A riqueza que terá na juventude não permanecerá. No seu 36o ano terá riqueza. Seus dias serão longos em número…”

As outras três tabuletas abarcam de 258 a C a 235 a C – uma é carta de concepção e a outra de nascimento, mostrando graus zodiacais para o Sol e todos os planetas, sendo que a Lua está sem nenhuma datação matemática. A última das tabuletas, também de Uruk, registra várias predições:

“Júpiter… em 18o Sagitário. O lugar de Júpiter significa: Sua vida será regular, boa; ele se tornará rico, alcançará a velhice, seus dias serão numerosos. Vênus em 4o Touro. O lugar de Vênus significa: Onde quer que ele vá, será favorável para ele; ele terá filhos e filhas. Mercúrio em Gêmeos, com o Sol. O lugar de Mercúrio significa: Este bravo será o primeiro nas paradas, será mais importante do que seus irmãos..”

Uma das efemérides mais antigas data de 307 a C, da era Seleucida – e até 42 d C elas foram produzidas. É desta época, também, o único texto com ilustrações de constelações e figuras zodiacais; as sete estrelas das Plêiades, que aparecem juntas da Lua crescente e o touro do Touro. Há também imagens do signo de Virgem com a estrela Spica, ao lado de Mercúrio e no reverso uma imagem de Júpiter com a estrela de oito pontas, ao lado da Hidra e do Leão. Com estas ilustrações, doze divisões, uma para cada signo do zodíaco; cada um destes signos está dividido em um micro-zodíaco, produzindo uma divisão de dois graus e meio ou dois dias e meio; cada signo zodiacal traz um comentário a respeito de sua significação astrológica.

A astrologia horoscópica conhecida por nós vai florescer, como já disse, na era alexandrina, com relação a aspectos mais elaborados. Os estudiosos que se debruçam sobre os textos gregos estão encontrando cada vez maiores evidencias disso. Uma das mais completas fontes dos registros gregos de astrologia foi compilada no final do século passado por uma equipe de estudiosos, e chama-se “catálogo grego dos registros astrológicos(iv).

Um sistema astrológico completo estava pronto por volta do século I de nossa Era, e escrito em grego, como se pode observar nos escritos de Doroteu de Sidon. Os registros gregos da era helenista estão cheios de referencias a um conhecimento ainda mais anterior da astrologia – em outras palavras, os para nós antigos gregos já escreviam sobre a astrologia referindo-se a ela como sendo muito antiga e contendo citações e/ou referencias a astrólogos ainda mais antigos é o do astrólogo Vettius Valens, que em sua obra se refere a velhos professores que encontrou em suas andanças pelo Egito, o que propiciou a este escritor que registrasse ensinamentos que somente são encontrados nas suas próprias obras.

Hiparco foi o primeiro grego a refletir sobre a precessão como sendo um fenômeno ordenado; compilou um catálogo de 100 estrelas. (C190-120 a C) O último mapa de nascimento escrito em caracteres cuneiformes que sobreviveu até nós data de 68 a C e Antioco I de Comagena, um dos últimos regentes helênicos, colocou seu mapa de nascimento em sua tumba (62 a C).

Persas, gregos e indianos – a questão da astrologia indiana

O avanço das tropas de Alexandre fez com que o grego se espalhasse como língua cultural, como instrumento da helenização de toda a região da Ásia Menor, que incluía a Magna Grécia – por muitos séculos, a língua grega desempenhou o papel que hoje a língua inglesa ocupa em nossa vida cultural.

Assim, os métodos babilônicos anexados na astrologia egípcia – bem como os próprios métodos egípcios puderam viajar em grego até a Índia, espalhando o conhecimento. A maior parte dos termos técnicos encontrados na astrologia indiana “cuja origem pode ser encontrada em outra língua são gregos, não babilônios, nem coptas nem mesmo em antigo egípcio” (1) e também é digno de nota que poucas palavras técnicas da astrologia grega tenham sua origem em qualquer outra língua. Entre as palavras semelhantes encontradas entre a língua grega e o sânscrito, encontram-se as referentes a casas e aspectos, o que talvez explique o impacto que a astrologia helenista teve na Índia neste item. Apesar de haver muita controvérsia a respeito do tema da origem e desenvolvimento da astrologia hindu, as referencias encontradas nos textos indianos às figuras dos Yavanas – pessoas que falavam grego, ainda que de variada origem étnica – não deixa dúvidas sobre a troca de conhecimentos.

A Era Romana

Embora sob dominação romana, a cultura ainda era helenista. Apenas dois autores romanos destacam-se na astrologia: Marcus Manilius, autor de Astronômica (C10 d C), um poema didático longo em latim; como ele não faz referências a autores da sua época, muitos duvidam de sua autoria, atribuindo o texto ao Renascimento e não à Antigüidade Clássica. Além deste, temos Julius Firmicus Maternus, que compilou muito do conhecimento da época e escreveu no seu Mathesis o livro 8, que trata de astrologia e suas técnicas, em latim; seu texto ficou conhecido por toda a Idade Média.

Data do primeiro século depois de Cristo o mais longo tratado astrológico de uma linhagem que nasce diretamente no movimento filosófico dos estóicos(2). O trabalho não chegou até nossos dias inteiro, mas há diversas referências dele entre diversos autores até da Era Medieval européia. O autor é Doroteu de Sidon e o nome do trabalho é o Pentateuco, um longo poema astrológico em 5 livros. Doroteu é a mais velha fonte conhecida do sistema de triplicidade trina. Uma versão deste Pentateuco é conhecida como Carmen Astrologicum, a Canção da Astrologia, mas que nos chega através de uma versão comentada em árabe, possivelmente com acréscimos posteriores. Este trabalho mostra o uso das triplicidades, eclipses e uma série de pontos como ASC, graus, em torno do mapa.

Parece que algumas fontes consideram Teucer, da Babilônia como sendo o primeiro a delinear os decanatos astrológicos, que também é do primeiro século, mas não se tem certeza. Da mesma época, no cenário romana destacam-se o astrólogo Balbilus – que era parente do astrólogo de Augusto e Tibério, Trasilo, tornou-se conselheiro de Caligula, Tibério, Cláudio, Nero e permaneceu ainda no reinado de Domiciano.

Entre 117 a 18 d C reina o imperador Adriano, que foi um patrono da astrologia; seu mapa natal sobreviveu até nossos dias. A Roma imperial e republicana não nos deixa muitos registros da utilização de astrologia, mas a confluência de xamanismo, rituais mágicos e encantamentos de variada origem era grande o bastante para atestar que a astrologia viceja forte não apenas na periferia do império mas também na população da baixa Itália(3). A tradição intelectual romana era bastante crítica com relação ao Zoroastrismo, Mitraísmo e demais práticas do Sol Invencível que adentrou a região conforme a fronteira política do estado Romano aumentava. Dentre os filósofos (estóicos) destacam-se Sêneca e Cícero; todos eles céticos com relação ao conhecimento astrológico. Mas a tradição continuava não apenas nas franjas do sistema, como foi aos poucos sendo levada e transformada em contato com as populações do norte da Europa e da Ásia Menor.

De todo modo, é desta época o conhecido Cláudio Ptolomeu (100?-170 d C?), egípcio de nascimento e provavelmente cidadão romano, embora tenha escrito em grego. Ptolomeu foi um grande sistematizador de uma certa corrente representativa do conhecimento astrológico, descrevendo no Almagesto e no Tetrabiblos tudo o que se conhecia a respeito na área e que se coadunava com as premissas filosóficas de Aristóteles. Portanto, Ptolomeu não pode nem deve ser considerado “a última palavra” na nossa raiz filosófica. Vários conceitos ele deixou de usar e até hoje, embora tenha se descoberto alguma evidência, por exemplo, de que ele jamais escreveu que havia apenas uma maneira de se calcular a Roda da Fortuna, ele utilizava um sistema de triplicidades bastante diferente de outros autores contemporâneos seus. Além do mais, Ptolomeu não era um astrólogo praticante; sistematizou em um conjunto inteligível tudo o que lhe pareceu suficientemente congruente com a tradição filosófica que professava. Contemporâneo de Galeno (120-199? D C) – que incorporou não apenas Hipócrates e seu Paradigma dos Humores mas estabeleceu a conexão entre estes e os elementos na astrologia – Ptolomeu incorpora as categorias da medicina aplicada ao simbolismo astrológico. O Almagesto é talvez escrito em 127 d C mas o impacto tanto desta obra quanto de seus trabalhos na geografia – ele era cartógrafo e matemático, além de astrônomo – foram de grande impacto durante 1400 anos. Ptolomeu catalogou 1022 estrelas (antes se conheciam 850).Foi Ptolomeu quem expôs de forma organizada a teoria geocêntrica, em que a Terra está no centro do universo, em torno da qual giram os outros corpos celestes; seguindo a tradição de outros gregos anteriores, Ptolomeu reconhece a esfericidade da terra – fato que seria “esquecido” durante um certo período da Idade Média no Ocidente. A teoria geocêntrica só será abalada com a teoria heliocêntrica, no século XIV, proposta e defendida por Nicolau Copérnico. A idéia de que a terra gira em torno do Sol, como os demais corpos celestes, só foi publicada após a morte de Copérnico, enquanto que a Igreja demorou muito tempo para aceitar esta nova teoria(4). Cláudio Ptolomeu escreveu um pequeno tratado sobre as estrelas fixas, além de um tratado sobre geografia. Uma outra tradição surge com um astrólogo praticante, que foi, para a vertente da astrologia estóica, o que William Lilly será para a astrologia horária do século 17. O que nos restou do que Vettius Valens (C150-185 d C) compilou na sua Antologia, é uma massa de material nascido da experimentação e da prática. Valens utilizava o sistema de profecções, sua filiação filosófica era estóica, utilizava os Lotes (erroneamente chamadas Partes Árabes), calculados diferentemente para nascimentos diurnos ou noturnos, o sistema de casas era semelhante ao de Ptolomeu – casas iguais que começavam 5 graus antes da cúspide, entre outros quesitos de sua análise. Sua obra mostra vigorosa aplicação do conceito de katarqué (o estudo dos inícios) como já a raiz de um dos ramos da astrologia que teria grande desenvolvimento posterior: a astrologia eletiva e horária. Só no final do século II d C teremos Antioquio de Atenas, que compila grande coleção de trechos e excertos de astrólogos anteriores; uma das partes é o Thesaurus, repleto de termos astrológicos técnicos.

Este período da história da filosofia ocidental é marcado pelo florescimento vigoroso do platonismo e temos em Clemente de Alexandria (150-215 a C) um dos maiores platonistas cristãos. A escola neoplatônica está forte e Plotino (205-270), considerado um dos mais importantes representantes, escreveu as Enéadas, que tenta dar conta de muitos dos problemas levantados pelos astrólogos de seu tempo. Jâmblico (C250-330 d C), um neoplatônico sírio, tentou criar uma religião neoplatônica combinada com as praticas mágicas de natureza tantrica. Em De Misteriis Jamblico lida diretamente com o problema das energias planetárias “maléficas” e suas relações com a alma.

Por volta do sec II os godos apareceram na Rússia, vindo aos poucos da Escandinávia. Bateram os germanos que moravam no norte do Império Romano e chegaram ao Mar Negro por volta do início do século 3. Ali, começaram a atacar as províncias romanas da Ásia Menor. Em pouco mais de cem anos seriam divididos em dois grandes grupos, visogodos e ostrogodos.

Em 313 d C, o Cristianismo vira a religião oficial do Estado, mas o paganismo ainda é tolerado; em 325 d C há o Concilio de Nicéia, que irá alterar para sempre a relação entre astrólogos, cristãos e estrutura social no ocidente. Depois que o Imperador Constantino lançou seu édito de tolerância para todas as religiões, em 313 d C, o cristianismo emergiu como a religião mais poderosa, enquanto movimento, dentro do Império Ocidental. A maior parte dos imperadores se tornaram cristãos na tentativa de ganhar mais poder por aumentar sua intimidade com a sociedade cristã organizada. Os desacordos internos na Igreja eram entendidos como ameaças que poderiam abalar a uniformidade e a unidade do império. Para contornar estas divisões, os imperadores conclamavam os encontros ecumênicos (do grego oikoumenos, ajuntar na casa – no caso – de Deus). O Concilio de Nicéia foi o primeiro de uma série e o ponto de discussão foi rejeitar o arianismo, que propunha ser Jesus Cristo um ser criado e não igual a Deus. Obviamente, o arianismo foi uma corrente religiosa que somava várias tradições mágico-religiosas das regiões dominadas pelo Império Romano e o ataque e anatematização do arianismo abriu a porta para a negação e perseguição de toda e qualquer forma de crença mágico-religiosa que não fosse alinhada com a linha programática da Igreja, ou melhor, de uma certa linha dentro da Igreja que estava para tomar a direção política e religiosa daquele período histórico(5).

No final do século 4, o Império Romano já estava repleto de contradições internas insolúveis; a vigilância necessária para a manutenção do poder na periferia do sistema, há mais de 100 anos, havia se afrouxado. A cizânia se estabelecera nas três Gálias; os hunos se fortaleciam sob as ordens de Átila, conhecido por não deixar pedra sobre pedra onde passava, salgando o chão e destruindo as casas, símbolos, segundo ele, da dominação romana. Da periferia oriental do Império o então jovem guerreiro Alarico liderou as hostes visigodas em um levante onde tomam grandes áreas da porção oriental romana, logo após a morte do imperador Teodósio, em 395.

Data desta época a formação do Império Bizantino. Um dos filhos de Teodósio ficou no comando da parte oriental do Império, enquanto o outro filho seria o administrador da parte ocidental, comandando a partir de Milão. Esta era uma divisão que, apesar de temporária, tornou-se permanente e determinou em muito as enormes diferenças culturais e filosóficas que inclusive são patentes na tradição astrológica.

Vai ser na porção oriental do império que a tradição filosófica e religiosa, além do debate teórico, será mais rico e produtivo. No ocidente, sobrariam poucas condições de troca de informações. A história teria outro rumo nas terras que seriam tomadas pelos vândalos.

Muitas eram as tentativas de manutenção de uma paz precária entre a parte oriental e ocidental do antigo império romano, tendo de se haver com hordas hunas, no oriente, vândalas no ocidente, entre outras, de par com as inúmeras cisões religiosas que espoucavam de todos os lugares do antigo império romano. Mas, em menos de cem anos, todo o império ruiria.

Roma caiu em uma manhã de 410, a despeito do aviso incessante dos gansos romanos, que protegiam a cidade sagrada das sete colinas; liderados por Alarico, chegaram os visigodos.

Cinco anos depois da queda de Roma, Hefaistio de Tebas escreve a Apotelesmatica, onde reconcilia a visão de Ptolomeu e Doroteu de Sidon; considerado um dos mais antigos interpretes de Ptolomeu e fonte primária dos fragmentos de Doroteu. Agostinho (354-430) escreve contra a astrologia individual, mas não nega a relação entre planetas e história. Paulus Alexandrinus (C378 d C) escreve as Matérias Introdutórias, que sobrevive intacta quase, dando um rico panorama da astrologia alexandrina e romana. Um tratado anônimo de 379 prescreve a utilização de 30 estrelas fixas na análise do mapa astrológico natal; são idênticas as que Ptolomeu utilizou no seu tratado chamado Fases.

Em 476 o Império Romano do Ocidente chegava ao fim, quando, curiosamente, reinava em Roma Romulo Augustulo, com o mesmo nome do primeiro dos chefes urbanos de Roma. Odoacro, um chefe bárbaro, o depôs. Antes dele, Diocleciano havia dividido o império em duas partes.

Período Bizantino

A primeira fase do Império Bizantino abarca de 324 a 640. Este longo período afastou e separou as duas metades do Império, tendo conseqüências importantes para manutenção e o desenvolvimento e de várias correntes que compõem nossa tradição astrológica. Uma das razões de não interrupção da prática e tradição astrológica noa região bizantina é que ali o grego ficou sendo a língua falada em primeiro lugar e na parte ocidental, ficou sendo o latim. Ora, a maior parte das obras eram escritas em grego e aos poucos foram desaparecendo aqueles que poderiam entender antigos escritos.

Bizâncio era uma colônia grega pequena, fundada no século 7 a C. Ali foi que o imperador Constantino, em 330 d C resolveu criar, no dia 11 de maio, a cidade de Constantinopla. Dizem que ele escolheu certas estrelas fixas para estarem elevadas neste dia, a fim de construir uma cidade que durasse em poder e glória muitas centenas de anos…

O imperador Justiniano sobe ao trono em 527. Justiniano recuperou muitas áreas que haviam sido tomadas pelos povos que invadiram o império romano e o fragmentaram.

Dentre os bizantinos que seguiram a tradição helenista antes do advento da era islâmica, temos Olimpiodoro, cerca de 564 d C, que deu aulas de astrologia mesmo sob a hostilidade crescente de Justiniano e Retório, no início do sec VII d C, que fez uma coletânea de textos de antigos escritos astrológicos.

Retório tinha à sua disposição os escritos de Ptolomeu e outros astrólogos. Elenca inclusive mais detalhes de interpretação. Utiliza as triplicidades e inclui elementos, 18 Lotes diurnos e 17 noturnos, discorre sobre o thema mundi cujo ASC seria em Câncer e conta como certos astrólogos acham que todos os ascendentes de todos os mapas devam estar neste signo, embora escreva que outros preferem que seja em Leo, o signo do Sol, mas ele mesmo prefere no final usar o equinócio da primavera e seu signo, Àries. Para Retório, a Lua adquire maior importância do que para Ptolomeu; a exaltação ou exílio dela é o mais importante; lista as casas da mesma maneira que Ptolomeu, mas as separa em masculinas e femininas, assim como os planetas e signos:

“se Mercúrio está em boa casa, especialmente a casa de Saturno, e bem aspectado por Júpiter, Saturno e Marte, ele produzirá astrólogos, profetas e sacerdotes; se Saturno está no ascendente na casa de Mercúrio ou Mercúrio está no ascendente, produzirá matemáticos portentosos”(6)

Mas os dias gloriosos da astrologia haviam terminado, pelo menos oficialmente. Pressionada pelo estado e pela Igreja, o caminho da sua proscrição começara em 357, quando Constancio chamou os mathematici – era este o nome dos astrólogos durante centenas de anos… – de indesejáveis, colocando no mesmo saco os magos, os adivinhos de sonhos, e os intérpretes de auspícios. Em 409 Honório e Teodósio mandaram os astrólogos queimar seus livros na presença de bispos e voltar à antiga fé católica sob pena de exílio. Em 425 Teodósio e Valentiniano chegaram a banir vários heréticos, inclusive os mathematici. Obviamente, nem tudo foi assim tão fácil e nem todos os astrólogos foram inteiramente banidos de Bizâncio. Um certo persa chamado Estefânio, o filósofo, gabava-se, no século 8, de haver reintroduzido a astrologia na região. Ele insistia que as estrelas não eram deuses e que só expressavam o desejo de Deus, que não agiam através de um poder que lhes era próprio, mas através do poder de Deus e, portanto, era um pecado que o ser humano não usasse este conhecimento(7). E já que falamos em persas, é importante lembrar a enorme e decisiva importância que esta cultura terá para a constituição da astrologia, seja no aspecto da importância do mito solar, ligado ao zoroastrismo, seja na maneira de criar divisões do mês baseadas nas fases da lua, para darmos apenas dois pequenos exemplos! Foram os persas que ensinaram aos povos autóctones da região perto de Harran muito da tradição espiritual e mágico-ritualística que criariam uma poderosa corrente esotérica que se manteria intacta durante centenas de anos. Na cidade de Harran, no atual Iraque, levas e levas de grupos filosóficos e esotéricos de origem árabe, persa, grega – neoplatônicos e platônicos – mantiveram-se, como em um enclave de resistência, até o tempo das Cruzadas. É desta cidade – que agora começa novamente a ser escavada – que saiu a forma acabada das mansões lunares – tal como é conhecida no ocidente – e os símbolos sabeus.

Os árabes

Próximo do ano de 227, a região do atual Irã foi tomada dos partas pelos exércitos sassânidas do persa Adachir I. Coroado, transformou o Zoroastrismo a religião do estado; fazia parte da cultura persa o amor à astrologia e durante o império de 4 séculos dos sassânidas, a arte floresceu bastante. Os imperadores persas abrigavam todos os filósofos que os cristãos baniam… Várias artes e práticas cresceram bastante. No entanto, tendo de brigar com hunos, romanos, bizantinos, de acordo com cada século, foram perdendo muito de seu território. Depois da ascensão do Império Sassânida, quando há este florescimento da astrologia e o Zoroastrismo é restaurado, alguns pesquisadores consideram que a astrologia árabe foi uma extensão da tradição astrológica grega e que recebeu influencias da astrologia hindu. Depois, no século 7, quando os árabes islâmicos dominam as áreas semitas da Mesopotâmia e da Pérsia, além do Egito, a troca de conhecimentos astrológicos cresce como resultado da própria dominação política daquelas regiões, que impõe maior contato cultural.

Após a dominação árabe, a maior parte dos textos de astrologia persa foram destruídos, mas os registros que chegaram até nós indicam que os maiores astrólogos da era árabe eram persas.

Praticantes de uma astrologia um pouco diferente da grega ou hindú, os árabes introduziram conceitos tais como orbe de aspectos, e muitos outros que ainda foram utilizados pela astrologia horária dos séculos mais recentes, tais como frustração e translação de luz e outros. Embora a astrologia árabe deva muito à astrologia helenista, os árabes introduziram modificações novas que podem ter sua origem na astrologia persa.

Na sua forma mais acabada, a astrologia árabe – que seria a terceira fase da história da astrologia – é a origem mais imediata do que hoje se pratica no ocidente.

Período Clássico da Idade Média

Data deste período a maior divisão entre dois braços da astrologia: a grega e a hindu, sendo que também continua a linhagem da astrologia originada das fontes persas, como uma terceira via, que mais tarde vai desembocar na composição do corpus astrológico árabe.

Era Árabe

Data desta época o grande florescimento da astrologia, com a contribuição de sírios, gregos, egípcios, persas e hebreus.

Teófilo de Edessa ( final do sec VIII) representa uma ponte entre a astrologia grega e árabe; cerca de 770 d C, alguns trabalhos astronômicos da Índia – a astrologia hindu se parece muito com a persa no estilo e nos métodos mas os dados astronômicos são de origem indiana, que por sua vez tem origem em textos ainda mais antigos do Oriente Próximo. Desta fase destacam-se Masha’ allah (770 – c 815), Messala em latim, autor de muitas obras astrológicas. Também surge Omar de Tibérias (815)– possivelmente tradutor de Doroteu do persa para o árabe, tendo um estilo helenista nos seus escritos astrológicos. No começo do século 9 d C, surge Abu Bakr e, entre 822 a 850, surge Kahel, um dos astrólogos de linha claramente helenista dentro da corrente árabe da astrologia.

Por volta de 854 surge Abu ‘Ali al – Khayyat, aluno de Masha’allah e autor do Julgamento das Natividades, um trabalho que mostra grande importância das idéias de Doroteus.

Alguns anos mais tarde, surge o astrólogo Al – Farghani (Alfarganus em latim) e já no final do século 9 (870) surge Al-Kindi, cujos trabalhos tiveram grande impacto na metafísica neoplatônica, mais do que na própria astrologia – influenciou Robert Grosseteste e John Dee; escreveu Sobre os Raios Estelares. Em 886 surge Abu Mashar (Albumassar em latim), representante da corrente persa na astrologia; um dos mais importantes autores da era árabe, era um persa que escreveu em árabe e persa. Escreveu As Grandes Conjunções, A Grande Introdução a Astrologia, A abreviação da Introdução a Astrologia e De Revolutionibus, além de Flores Astrologiae, sobre astrologia mundial. Entre 834 e 901, vive o astrólogo Thabit ibn Qurra – hermético, neoplatônico; entre 820 e 912, Qusja ben Luqa, ou Costa bem Luca; em 865 – 932, Ar-Razi, em latim Rhazes. Em 967, aparece Al-Qabisi, em latim Alcabitius, que empresta seu nome a um sistema de divisão de casas, embora não tenha sido seu autor, pois é um sistema que nasceu ainda na era clássica. Um dos trabalhos de Alcabitius, Introdução a Astrologia, traduzido para o latim, foi muito popularizado. Depois de 1040 o astrólogo Ali ibn abi r-Rijal, em latim Haly Abenragel, foi um dos mais influentes astrólogos da Era árabe no período latino tardio; escreveu um grande tratado sobre astrologia.

Entre 973-1049 viveu o astrólogo Al-biruni, que escreveu o Livro da Instrução nos Elementos da Arte da Astrologia, um dos mais cultos e preparados astrônomos da era árabe e conhecedor de astrologia.

Entre 1092-1167 Avraham ben Meir Ibn Ezra, Ibn Ezra, professor judeu que escreveu obras de grande importância, como O Inicio da Sabedoria e o Livro das razões, entre outros. Ibn Ezra foi muito influente no ocidente latino.

Período Latino-Medieval

Cobre o período da era latina do ocidente, que derivou quase que totalmente da astrologia árabe, sem maiores contribuições criativas. No panorama ocidental, uma das empreitadas mais importantes foi a constituição de um grupo de astrólogos tradutores das obras em persa, árabe e grego na corte de Espanha, pelo rei Alfonso de Castela e Leão (1226-1284), que também promoveu a elaboração das Tábuas Alfonsinas, de tanto uso na navegação em épocas posteriores. As Tábuas Alfonsinas, são tábuas planetárias usadas durante a Idade Média por astrônomos e astrólogos. Entre os astrólogos traduzidos para o castelhano medieval estavam as obras de Ali Aben Ragel (1254).

As figuras mais importantes são: Isidoro de Sevilha (560-636), João Escoto Erígena (815-877), Pedro Abelardo (1079-1142); Hugo de Santilla (1119-1151) traduz obras do árabe, compilações de métodos árabes não encontrados em outras fontes. Em 1125, temos a figura de Adelardo de Bath, inglês que aprendeu cultura árabe e traduziu as obras de Abu Mashar para o inglês. Em 1138, surge a tradução do Tetrabiblos de Ptolomeu, do árabe para o latim, feita por Platão de Tivoli; foi a primeira tradução. João de Sevilha (c 1150) traduziu do árabe e escreveu um tratado de astrologia – considerado um dos escritores mais antigos dos trabalhos originais em Latim durante a Idade Média. Também há Robert Grosseteste (1175-1253), bispo inglês envolvido nas teorias metafísicas da linhagem de Al-Kindi a John Dee, que foi conselheiro de reis e rainhas na corte da Grã-Bretanha.

Alberto Magno (1193-1280), professor de Tomás de Aquino, responsável pela introdução do aristotelismo na sua vertente árabe no pensamento ocidental, era um estudioso de Alquimia e Astrologia, e escreveu, ao que parece, uma obra intitulada Speculum Astronomiae, uma bibliografia critica que examinava as obras astrológicas que estavam ou não em harmonia com o Cristianismo.

A figura de Guido Bonatti (C1210-1290) desponta como um dos mais importantes compiladores e práticos latinos, escreveu o Liber Astronomiae, uma enciclopédia que sumariza o conhecimento da tradição árabe; Bonatti experimentou e testou os conhecimentos que aprendeu, tendo sido conselheiro do conde de Montefeltro, inclusive para assuntos militares, onde exercia sua arte astrológica no comando de operações de guerra. Recebeu de Dante Alighieri um lugarzinho no Inferno da sua Divina Comédia… Por volta de 1210 nasce Campanus de Novara, um dos supostos autores da divisão de casas conhecida como Campanus, mas sabe-se que este sistema era usado entre os árabes.

No final do século XIII, surge Pedro de Abano, astrólogo e mago que escreveu uma longa obra, Conciliador, sobre astrologia e medicina astrológica, dentro de uma visão escolástica; traduziu ibn Ezra do francês para o latim; no começo do sec XIV, há registros dos trabalhos de um astrólogo chamado Andalo di Negro. Também neste século surge o primeiro astrólogo inglês importante, John de Ashenden, que praticava astrologia política e mundial, muito influenciado por Abu’Mashar, e por volta de 1400, Antonio de Montulmo, que escreveu sobre astrologia mágica, além de um livro chamado Sobre o Julgamento das Natividades.

Renascimento

A corrente arabe-latina da astrologia continua forte, mas surgem os pensadores que acreditam que Ptolomeu seria a única fonte verdadeira, e o conhecimento árabe é pouco a pouco criticado. Surgem criações e pesquisas e uma “reforma” da astrologia que segue a linha das obras de Kepler. Os trabalhos de Morin de Villefranche (Morinus) são aristotélicos, e inovam em certos aspectos da prática e da análise.

Laurentius Bonincontrius (1410-1502) escreve o Tratado sobre as Eleições; Marcilio Ficino (1433-1499) traduz todas as obras do Corpus Hermeticum, muitas obras de Plotino e Platão, para o latim e conclui uma das obras mais importantes para o panorama cultural renascentista: o Liber Vitae, o Livro da Vida, em que recupera a tradição mágico-ritualística há muito esquecida, e propõe as mudanças de hábito de acordo com cada temperamento. Regiomontanus (1436-1473) escreve sobre o Almagesto de Ptolomeu e ajuda o florescimento da astronomia entre os povos germânicos – apesar de ser atribuída a ele o sistema de casas que leva seu nome, este sistema era conhecido antigamente pelos árabes, sendo que ele próprio chamava este sistema de “racional”. Lucas Gauricus (1475-1558), astrólogo que trabalhou para setores da Igreja, escreveu muitos livros. Nicolau Copérnico (1473-1543) cria um sistema de astronomia heliocêntrica; escreve De Revolutionibus. Johannes Schoener (1477-1547) foi um astrólogo e astrônomo muito importante que disseminou as obras de Regiomontanus e compilou efemérides anuais; escreveu Opusculum Astrologicum e Três Livros sobre o Julgamento das Natividades.

Em 1492 a América é descoberta.

No final deste século, Melanchton, amigo de Lutero e grande patrono da astrologia, faz a primeira tradução do Tetrabiblos do grego original e era amigo de Schoener; seu pensamento estava um pouco à esquerda de outros luteranos e por isso foi considerado herético; influenciou o pensamento de intelectuais como Jacob Boheme.

No começo do século XVI, Girolammo Cardano, matemático, astrólogo, mago, escreve algumas obras importantes. Em 1503 nasce Nostradamus, que ficou famoso pelas suas centurias. Junctinus (1523-1590) foi outro astrólogo que escreveu obra enciclopédica chamada Speculum; da mesma época são os trabalhos de John Dee, astrólogo e alquimista, que circulava nas rodas poderosas da Inglaterra. Outros astrólogos foram: Johannes Garcaeus (1530-1575), que escreveu uma compilação de mapas de nascimento; Claude Dariot (1530-1594), que influenciou outros astrólogos europeus, como William Lilly, e escreveu algumas obras. Durante aquele século, Tycho Brahe fez a compilação do mais completo catálogo de estrelas, além de outros registros planetários que foram a base das observações de Kepler.

Galileu Galilei vive entre 1564-1642. Um seu contemporâneo foi Morin de Villefranche, astrólogo que escreveu 28 volumes entre os quais a Astrologia Gallica, tentou reformar a astrologia; era conselheiro do ministro Colbert, da corte francesa.

O Declínio

O começo do declínio da astrologia na Europa é antecedido por um grande florescimento da astrologia na Inglaterra, com as figuras de W Lilly (1602-1681), que desenvolveu a astrologia horária e se apoiava nas técnicas medievais, tornou-se a fonte da revitalização contemporânea da astrologia na Inglaterra. Outro astrólogo importante foi Plácido de Tito (1603-1668), que alterou algumas formulas dos sistemas de Maginus e dos árabes e criou o que conhecemos por sistema de casas Placidus; tentou criar uma astrologia cientifica baseada em Ptolomeu e Aristóteles, mas a revolução da idéias já não permitiria espaço para a astrologia. Nicholas Culpeper (1616-1654), médico inglês e astrólogo, escreve muitas obras que disseminam conhecimentos astrológicos. Outros nomes da astrologia na Inglaterra são Gadbury (inimigo de Lilly), Coley, Partridge.

O abalo da revolução copernicana nos setores científicos europeus detonaria o que muitos autores chamam de “a segunda morte da astrologia”. Após a profusão de almanaques publicados na Inglaterra, França e Itália, em que a popularização da astrologia de pouca reflexão se espalhou, os poucos teóricos e estudiosos realmente sérios já não conseguiam espaço político junto às academias científicas. A idade do racionalismo, com o seu universo dessacralizado, estava para se tornar hegemônica na produção cultural do ocidente.

Quando, ao final do ano letivo de 1770, o último curso acadêmico de astrologia é fechado na Universidade de Salamanca, a intelligentsia européia já não tinha mais porque reclamar; algumas dezenas de anos antes, a astrologia havia sido banida da formação regular da Sorbonne, na França.

Durante o século 18 e 19, a idéia da previsibilidade dos ciclos históricos, deslocada da tradição até então relacionada à arte astrológica, desloca-se para as ciências e disciplinas “novas”, como a sociologia – que nasce como um subproduto para melhor dominar os povos coloniais – baseada no positivismo de Augusto Comte e seus critérios de anomia e ordem social. Na análise mais profunda, são os mesmos temas milenaristas de controle do ciclo do tempo e da relação entre grupo social e ciclos de perpetuação do controle político do estado que vem desde o tempo da Mesopotâmia e que podem ser encontrados até mesmo na produção teórica marxista.(8)

Durante mais de um século, o conhecimento astrológico ficou reduzido a pequeno grupo de pessoas na Europa. Somente em meados do século XIX é que se começa a registrar maior movimentação na área. A astrologia européia, assim como sua vertente norte-americana, só se recuperaria em todo o seu vigor no “boom” astrológico da segunda metade do século 20, salvo as raras exceções nas décadas anteriores, que ilustram quadros infelizes da relação entre astrólogos e nazistas – ou a sua contraparte britânica, cujo serviço secreto chegou a chamar astrólogos para tentar descobrir quais seriam as próximas manobras de Hitler.

A corrente de transmissão do conhecimento astrológico só seria plenamente refeita nos anos 90, quando um movimento informal de alcance internacional e liderado por astrólogos ingleses, norte-americanos, espanhóis e russos se dedicaria à recuperação das fontes primárias da arte astrológica, não para brigar pela “verdade” astrológica – que inexiste – mas pelo direito ao conhecimento do passado, para melhor produção no presente.

A América

Aqui o genocídio cultural já havia sido perpetrado por ocasião da invasão das terras pelos portugueses e espanhóis. Ingleses no Norte da América destruíram povos e tradições espirituais, e o processo de retomada e descoberta, assim como de recuperação deste conhecimento – de astronomia física e cultural – ainda que esteja sendo feito, pode estar comprometido se não houver a necessária troca de informações entre vários conhecimentos do céu.

NA América Espanhola e Portuguesa o quadro é igual, mas as conseqüências são mais trágicas. No genocídio do povo maia perdeu-se quase que totalmente a prática de utilização da astrologia deste povo, conhecido depois pela sofisticada matemática e precisão astronômica a que chegaram. Astecas, toltecas, quíchuas, povos nativos do Peru, cuja tradição xamânica e mágico-ritualistica muitas vezes remete a estações do ano e períodos do dia, também quase que se transformaram em motivo de teses de doutoramento esparsas ou suspeitos movimentos milenaristas, com raras e honrosas exceções.

Pouca gente conhece o que existe, o pouco que sobrou do genocídio – e, quem conhece, não tem olhos nem interesse pelos estudos da culturalização do Céu ou do simbolismo das estações. Também, pouca gente sabe que durante a Inquisição no Brasil alguns brasileiros e portugueses foram presos ou torturados por denúncias de prática de feitiçaria e ou astrologia, também chamada de outros epítetos, embora a história oficial fale de uma Inquisição branda na colônia portuguesa do Brasil e uma, muito mais feroz, nas colônias espanholas nossas vizinhas. Para uma história da astrologia no Brasil moderno, consultar a obra de Antonio Carlos Harres.

Pouca gente sabe também que os Tupinambá do interior da Bahia, no Brasil, produziram até marcos geográficos semelhantes aos de Stonehenge na Inglaterra – mas a diferença de valor cultural faz com que esta descoberta, que motivou exposição no Rio de Janeiro em 1997, não consiga nem ao menos romper as fronteiras lingüisticas. Afora o trabalho paciente e difícil de pessoas como Kaká Werá Jacupé, guarani criado por txucarramães, poucos se lembram que os povos da floresta brasileira tinham sim, antes do genocídio, um céu cheio de símbolos e uma vida com significado e propósito, que é, afinal de contas, tudo o que um astrólogo quer saber ver nos mapas do céu de alguém ou de um país…

(1) Hand, R – op. cit
(2) Zeno, cerca de 300 a C, ensinava em Atenas perto do Stoa Poikile (coluna pintada) da ágora (praça), daí o nome Stoikos, que originou estóicos. Zeno pregava que o universo era racional e governado pelo destino; o ser humano deviam encontrar seu lugar na sociedade, ajudando a melhora-la e cumprindo suas obrigações, e aprendendo que a melhor maneira de se haver com o destino era não fugir dele, mantendo a cabeça forte e tranqüila. O estoicismo tem 3 fases, a ultima delas abarca o período em questão. Mesmo Sêneca sendo estóico, não aceitava a astrologia, embora no corpus doutrinário da filosofia houvesse lugar para uma cosmologia complexa que abarcava a teoria política e ética, além da física. Até em Descartes, muitas centenas de anos depois, vamos encontrar uma forte tendência estóica. Este foi o movimento mais forte de todo o Império Romano.
(3) Para a discussão do tema, v. Betz, H D – The Greek Magical Papyri – UCP, 1992.
(4) V. Compton’s Interactive Encyclopedia, 1994, 1995 Compton’s NewMedia, Inc.
(5) Arius (250-336) – foi um sacerdote cristão de Alexandria.
(6) Tester, Jim – A History of Western Astrology – UK, Boydell Press, 1996 – pag 95
(7) Tester, Jim – op.cit – pag 95
(8) Para a discussão do tema verificar Campion, N – The Great Year – UK, Penguin Arakana, 1994.

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i Waerden – Science Awakening – Vol II, Oxford P, citado por Hand, R :”The History of Astrology –
another view ”
ii Termo sânscrito: “grau anual”, indica a diferença em arco entre os pontos de início dos zodíacos tropical e sideral.
iii Hand, R- op. cit
iv Em 1898, Franz Cumont conduziu explorações arqueológicas na Ásia Menor e Síria; o resultado está em Studia Pontica (1906) e em outra obra, de 191. Em colaboração com outros, Cummont produziu o Catalogus Codicum Astrologorum Graecorum (28 volumes), com descrições e fragmentos de códices gregos

FONTE: Barbara Abramo, primavera de 1998